domingo, 26 de abril de 2009

VAMOS DEBATER A EDUCAÇÃO!!

Já está no ar o Fórum de debates sobre educação.
Inicialmente pensada como espaço para os meus alunos do curso de Sociologia do Polivalente, o fórum está aberto a qualquer um que queira participar.
A primeira pergunta é Quais são os problemas da Educação Brasileira? E quem quiser completar: Quais motivos levaram a esta situação?
O link está na barra lateral do blog. É só clicar e participar.
Quem tiver preguiça, clique aqui mesmo:

Aécio, o social-democrata, quem diria!

Esta postagem foi tirada do blog do Zé Dirceu e ilustra bem o governador do Estado de Minas Gerais Aécio Neves, pré-candidato a presidência da República. Não gosto do Dirceu, nem sou petista, mas vale a informação que ele traz sobre o nosso "querido" governador fascista.


E o Aécio Neves, hein! O social-democrata, no 21 de abril (ontem), Dia de Tiradentes, da liberdade, proibiu a oposição de entrar na praça Tiradentes em Ouro Preto nas Minas Gerais. No local da cerimônia, só foi permitido o ingresso de militantes do PSDB e da Força Sindical, todos com uma identificação, uma pulseira azul.


Não sou eu que estou afirmando. Está em todos os jornais de hoje - em O Globo, por exemplo, com a manchete "Festa de 21 vira ato pró-Aecio em MG”; no Estadão, "Cerimônia de Tiradentes vira palanque para Aécio”; na FSP, "Sem oposição, Aécio celebra sua última Inconfidência".

Só lamento que os dois ministros do governo Lula presentes (José Pimentel, Previdência Social, e Juca Ferreira, Cultura) não tenham protestado, nem se retirado do ato, abertamente manipulado para ser um palanque do governador mineiro, presidenciável na eleição do ano que vem e ainda em disputa pela legenda tucana com o adversário-colega de São Paulo, o governador José Serra.


Eleito presidente, Aécio vai barrar o Brasil inteiro



Aécio não precisa disso para ser pré-candidato ou mesmo candidato. Imagina se ganha as eleições! Vai proibir manifestações contra seu governo, fechar as praças públicas do Brasil, interromper as estradas com barreiras, como fez a PM mineira ontem para impedir a chegada à cidade de Outro Preto de caravanas de sindicatos que iam protestar contra seu governo.

Vai carimbar todo mundo que participa de atos públicos, montar esquemas de segurança como o de ontem no Brasil inteiro, deixar as praças apinhadas de policiais no país todo. O pior foi o locutor oficial anunciar que o governador renunciará ao cargo no ano que vem para ser candidato.


Espero que o DEM, sempre tão "cioso e zeloso" quanto à essas questões, entre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma ação contra Aécio Neves, já que se trata de um ato abertamente eleitoral às custas do contribuinte mineiro.


blog do Dirceu http://www.zedirceu.com.br/

MST versus mídia

No último dia 18 de abril ocorreu mais um conflito entre militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e seguranças de uma fazenda do grupo Banco Opportunity, de Daniel Dantas, localizado no sul do Pará. Como em tantos conflitos existentes no campo, a mídia brasileira ainda insiste em estar ao lado dos latifundiários e criminalizando os movimentos sociais.

Este conflito teve destaque na mídia pois foi gravado por uma equipe de TV da Globo local, devidamente convidada pelos administradores da fazenda e conduzidos até ela por um avião do grupo empresarial. Existe sérias suspeitas de que a presença desta equipe foi intencional e induzida.

As manchetes transmitidas pelas principais mídias brasileiras davam a informação que ocorreu um tiroteio entre seguranças da fazenda e integrantes do MST, resultando em nove feridos. Segundo suas informações, os sem-terra teriam atacado os seguranças e feito refém os jornalistas.

Mas isso ocorreu de verdade? Vejamos as próprias imagens. Somente se vê os seguranças atirando com carabinas, escopetas e revolveres contra os sem-terra. Em nenhum momento se observou os mesmos atacando, somente fugindo. Depois, entre os feridos, havia somente um segurança. Oito militantes do MST jaziam no chão, feridos, inclusive um em estado grave com quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração.

Jornalistas reféns? Em nenhum momento. Os mesmos chegaram de avião na fazenda, que tem uma pista interna, e fora embora pelo mesmo meio. Então como foram reféns? Horas antes foram os seguranças da fazenda que mantiveram refém um sem-terra, o trabalhador rural Djalme Ferreira Silva, que foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O Sem Terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas. Essa ação que acabou desencadeando o conflito

Outra coisa interessante. Foram os próprios militantes do MST que chamaram a polícia, diante de um novo massacre.

Agora, por que a mídia distorceu tanto as informações? Fácil, basta entender os interesses por detrás do controle das opiniões. Para isso,gostaria de terminar reproduzindo uma espécie de explicação postado no site abaixo referido, para entender um pouco disso tudo:

"Vamos então aos fatos. Os jornalistas foram plantados pelos fazendeiros no local que ocorreria o conflito. Viajaram à custa do grupo que controla a fazenda e, com o circo armado, registraram as imagens do ataque dos jagunços como se fosse realmente um conflito armado e não um ataque contra o MST. Como se não bastasse, ainda se passam por vítimas. A reportagem, desde seus preparativos à edição final, mostra uma intenção bem clara: criminalizar os sem-terras. O fato de Dantas ser um dos proprietários da fazenda confere um simbolismo ainda maior ao episódio. (www.pstu.org.br)

sábado, 25 de abril de 2009

Revolução dos Cravos: 35 anos


Já estava me esquecendo! Hoje (25 de abril) completou os 35 anos da grandiosa Revolução dos Cravos em Portugal. Um fato tão importante como esse não poderia ser esquecido. Esta revolução foi um dos processos mais interessantes da década de 70 e quase criou um país socialista em meio a Europa Ocidental.

Até então Portugal vivia sob a ditadura salazarista, que nos últimos anos estava sob o controle de Marcelo Cateano. Era um dos países mais atrasados da Europa Ocidental graças ao isolamento político e submisso às potências imperialistas (EUA, Inglaterra). Além disso Portugal tinha um império colonial que já iniciara o seu desmoronamento.

A década de 70 iniciou com profundas contradições sociais internas. O povo português, principalmente trabalhadores, estudantes e intelectuais, cansados de anos de ditadura, questionavam cada vez mais o regime. Seguindo esta tendência, jovens oficiais do exército português também começaram a analisar criticamente o regime principalmente como causa das Guerras de Ultramar (guerras coloniais portuguesas). Neste meio surgiu o Movimento das Forças Armadas (MFA, também conhecido como Movimento dos Capitães), profundamente ligado as massas populares.

Várias aquarteladas foram tentadas nos primeiros anos da década, mas se viram fracassadas. A exceção ocorreu em 25 de abril de 1974, quando o MFA consegue mobilizar diversas guarnições militares e se sublevam contra o governo. De imediato o povo apóia a insurreição. O principal sinal disso foi a adesão em massa da população nas ruas. Sem outra alternativa Cateano renuncia.

Foi formado um novo governo, sob o comando de Vasco Gonçalves. Este governo tinha participação do Partido Comunista Português e do Partido Socialista, ambos anteriormente na ilegalidade e que agora surgiam com força total.

Em meio a isso, a liberdade recém aberta faz com que os anseios populares de transformação social atinja patamares altos. Novas organizações políticas de esquerda surgiram, os sindicatos se fortaleciam e a revolução socialista estava na ordem do dia. Aliás a Revolução Socialista em Portugal era uma realidade muito próxima neste momento.

Mas infelizmente, devido as traições do PCP e do PSP (o primeiro ligado à Moscou e o segundo com o objetivo de defender a “ordem”) o processo de transformação para o sistema socialista fracassa. Os movimentos populares são esvaziados e as organizações políticas que defendiam a revolução foram enfraquecidas. Em poucos anos a possibilidade real foi derrotada.

Durante uma conversa com o professor húngaro Pál Ferenc no 5º SINAL (ver postagem anterior) pudemos debater um pouco sobre o tema. Ferenc me lembrou bem o papel que Moscou teve para não permitir uma revolução socialista em Portugal. Fazia parte da política soviética neste momento controlar os processos revolucionários dentro do contexto da Coexistência Pacífica.

Gostaria de sugerir um filme que trata bem disso. Capitães de Abril (Portugal, 2000) mostra bem este episódio, principalmente a eclosão da Revolução em 25 de abril. Para os brasileiros há figuras conhecidas do público. Vale a brincadeira de descobrir os nomes.

Para terminar, gostaria de reproduzir um comentário do professor Valério Arcary, que tive o prazer de conhecer. Aliás esse esteve presente e participou da Revolução dos Cravos, oportunidade em que morava em Lisboa neste período:

“O que existiu de extraordinário na Revolução dos Cravos não foi o colapso da ditadura na madrugada do 25 de Abril, embora tenha sido espetacular, mas a entrada em cena de milhões de pessoas, em sua maioria trabalhadores e jovens, como protagonistas do ato revolucionário na sua seqüência”

V Simpósio Internacional de Letras

Terminou hoje o 5º SINAL (V Simpósio Internacional de Letras – Fronteiras do Contemporâneo) realizado aqui na cidade de Caxambu desde o dia 22 deste mês. Este simpósio, organizado pelo departamento de pós-graduação (mestrado) de Letras da Universidade Vale do Rio Verde, contou com a participação de diversos profissionais da área, estudantes pós-graduandos, professores e pesquisadores de diversas partes do mundo.

Apesar de não estar ligado diretamente à área, a secretária municipal de educação Maria do Carmo (minha colega de trabalho) me convidou e me ofereceu a inscrição. Ela já conhece minha sede por estar em meio a atividades acadêmicas (oh saudade da universidade!) e também minha luta pelo mestrado. Este convide caiu do céu.

O 5º SINAL foi pautado pela discussão de novas linguagens em espaços virtuais, como a internet e suas variáveis. Um debate pertinente, pois as transformações nos meios de comunicação e o mundo midiático trouxeram tantas novidades que normalmente não conseguimos absorver totalmente.

Tive a oportunidade de participar do mini-curso Espaço Cultural/espaço virtual – Escritas tecnológicas: Notícia na web, ministrado pela professora Ana Elisa Ribeiro (CEFET/MG). Pudemos debater bastante sobre as novas linguagens de comunicação na web e fizemos várias inserções interessantes sobre a blogosfera. É interessante observar os caminhos no qual estamos seguindo e também as novas possibilidades abertas nesta nova trilha de comunicação. Vejo perspectivas no sentido da educação. Veremos mais a frente.

Mas gostaria de fazer algumas observações um pouco incomodas. Na sexta-feira acompanhei algumas apresentações dos trabalhos de mestrado de alguns alunos. Não sei se estava mal acostumado por participações nos Congressos da ANPED e da ANPOCS, mas achei muitas destas apresentações um pouco fracas. E não eram trabalhos de alunos de universidades particulares, mas de universidades públicas de destaque e bolsistas da CAPES e da FAPEMIG. Era pura leitura, gracejos, falta de bibliografia e temas limitados eram comuns nas apresentações. Espero que estas constatações estejam erradas, mas também destaco a juventude de muitos dos mestrandos. O tempo dará experiência e seus trabalhos com certeza serão melhorados. Valeu a intenção.

Bom, vou me despedindo agora e se acordar amanhã estarei por aqui mesmo

Ecos do Passado - II: As Relações Sociais hoje sob uma perspectiva marxista

(Mais um texto de minha autoria de alguns anos atrás. Boa Leitura!)

O seguinte texto, de idéia original da matéria “a quem atende o estágio?” escrito por Cássio Diniz, publicado na revista Ruptura, em setembro de 2004, foi elaborado a partir de observações nas mudanças significativas que vem ocorrendo ao longo dos últimos 12 anos, no que diz respeito ao avanço do capitalismo em sua fase mais irracional, e o papel da classe oprimida sob uma visão marxista destes acontecimentos.


Ao observarmos o século XX sobre um patamar que nos fornece, tanto o momento da virada do século, quanto uma visão e perspectiva marxista, podemos perceber flutuações na luta de classes como um todo. Quer dizer, uma hora a classe operária está em retrocesso, onde a burguesia aproveita e avança na exploração e na derrota dos trabalhadores, e outra hora o nível de consciência e mobilização dos explorados aumenta e impõe, pelo menos nos seus interesses próximos, derrotas aos seus algozes.

Essas flutuações, pode se dizer, tornam-se uma característica marcante do século XX. Por exemplo, ao mesmo tempo que existia uma lumpenzação de uma parte da classe operária européia durante os primeiros anos do século XX[1], ocorria um aumento visível dos níveis de consciência de setores laborais que começavam a se organizar, não como entidades próprias de luta[2], mas sim politicamente em números importantíssimos. É neste contexto em que podemos encaixar a Rússia de 1905-1906-1909, onde houve um processo vital para anos depois vir o advento da Revolução Bolchevique. Lógico que também, devido a maré vermelha que rondou a Europa e o mundo, houve um avanço brutal politicamente e ideologicamente sobre os trabalhadores, encabeçados pelos regimes nazi-fascista, que fez com que em muitos locais houvesse um retrocesso do movimento. Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial houve novamente um crescimento favorável aos trabalhadores[3] onde foi possível (na visão dos stalinistas) expandir a revolução, e tendo como a última onda o período de 1989, onde há um avanço, mas que infelizmente cai no retrocesso dos anos 90. Como diria Valério Arcary:

A última, entre 1989-91, começou em Berlim, vinculou-se à “revolução de veludo” na Tchecoslováquia, estendeu-se à Romênia e culminou nas greves mineiras na Rússia. Antiburocratica, combateu um inimigo mais frágil, mas sucumbiu como fogo de palha: ardeu intensamente, mas por pouco tempo. Venceu sobre os restauracionistas moderados de Gorbachev, para entregar o poder aos extremistas, como Ieltsin. (ARCARY, 2004, p. 135)

É justamente sobre este último período, e seu posterior retrocesso é que podemos encaixar o atual período em que o mundo está passando. Só que se observarmos melhor, podemos perceber que este retrocesso é muito mais forte e brutal, não na imposição de barreiras e derrotas, mas na própria construção, ou podemos dizer melhor, na aceitação de um discurso da classe dominante sobre os trabalhadores no mundo. Isso talvez ocorra por dois motivos claros:

1. A queda do regime soviético, que polarizava com o capitalismo como alternativa real para uma futura, possível e real vitória dos trabalhadores no mundo, faz com que o movimento operário fique perdido cegamente no que se refere ao um novo caminho em que pode se apoiar, contribuindo para uma idéia de um determinismo catastrófico;
2. Mudanças significativas no próprio sistema capitalista, que segundo a previsão de Lênin no início do século XX e comprovada nos dias de hoje, fazem com que o avanço do imperialismo (imperialismo, fase superior ao capitalismo) internacional, coloque o capitalismo em sua fase monopolista, e ao mesmo tempo se constrói a ideologia do determinismo catastrófico, o que podemos chamar de neoliberalismo.

A partir destes dois pontos podemos encaixar o atual retrocesso, tanto na prática, quanto ideologicamente. Na prática o próprio movimento operário e seus organismos de luta, que cai numa maré reformista e conciliatório, tomando formatos de verdadeiros amortecedores da luta de classes, levando ao campo ideológico uma idéia de que é necessário a conciliação de classes e a união de “todos os cidadãos” em prol da construção de um mundo melhor, lógico que por dentro do status quo atual. A essa idéia chamamos de social-liberalismo[4], isto é, um novo discurso social que justifica o neoliberalismo. Como diria James Petras no caso do Brasil:

A filosofia operacional do governo do PT tem vários postulados-chave: (1) O Brasil vive uma crise que só pode ser remediada mediante uma política de austeridade promovida pelas instituições financeiras [...]. (2) O Brasil só poderá crescer se proporcionar incentivos aos grandes capitais nacionais e internacionais [...]. (3) O livre mercado, com mínima intervenção estatal, regulação e controle [...]. (PETRAS, 2003, p.)

Agora procuremos encaixar esse avanço econômico e ideológico do capitalismo nas próprias relações sociais de trabalho atualmente. Podemos ver que os trabalhadores estão cada vez recebendo salários menores (deteriorando conquistas salariais) e as grandes empresas acumulando mais capitais. Mas procuremos olhar essas mudanças mais profundamente. Não está apenas diminuindo sua compensação de sobrevivência, mas sim está perdendo-a. Incrível, mas é o que vem ocorrendo.

Preste atenção no fenômeno da terceirização nas empresas e órgãos públicos, onde há cortes em recursos humanos, salários pagos, e até mesmo na força-de-trabalho. Há neste momento uma desvalorização do trabalhador sem que se desvalorize sua produção. O homem então deixa de receber para sobreviver para sub-viver, em condições subumanas, onde o próprio ser se adapta a essa condição.

Com isso na cabeça pergunto O que faz um trabalhador aceitar ganhar R$ 380,00 ao mês para trabalhar 10 horas por dia durante um trabalho temporário de três meses, onde não receberá mais nenhum dinheiro, pois não é considerado vínculo trabalhista? É a própria condição e imposição do sistema (fome, miséria, falta de expectativa, etc.) contribui para a super-exploração do trabalhador. Está mesma pessoa produzirá a mesma riqueza que um dez anos antes, só que a um custo bem menor para a empresa, aumento seu lucro diretamente.

Esse modo de pensar sobre a sua própria condição de existência do ser humano é aproveitado em diversos outros segmentos da sociedade contemporânea, dentro ou fora do estado e de seus órgãos diretos e indiretos. Privatizações, políticas de desligamento de compromissos básicos par com seus “cidadãos”, etc. são esses fenômenos observados. Um caso óbvio é os chamados trabalhos voluntários “impostos”, como os programas de distribuição de bolsas universitárias para estudantes voluntários. Estes estudantes serão obrigados a prestar serviços, no lugar de professores profissionais onde receberiam um salário digamos digno, em troca da “oportunidade de poder estudar em uma universidade”. Percebe-se então uma contradição enorme. O homem irá trabalhar (produzir riqueza, diretamente ou indiretamente) em troca de, não de uma pequena riqueza para sobreviver, mas de um sagrado direito a poder estudar.

Em base nestas reflexões, será que podemos falar que há uma mudança nas relações sociais, onde a mão-de-obra assalariada está se transformando em uma mão-de-obra servil, fazendo surgiu uma espécie de neo-servidão?

Vemos então neste exemplo duas conseqüências: cortes de custos diretos (na qualidade também) e uma construção de uma idéia que serve de base para essa super-exploração. E isso podemos encontrar em diversas outra áreas e ramos da economia, como também no refluxo da organização dos trabalhadores para enfrentar estes novos desafios. É por isso que se torna fundamental uma nova análise profunda dessas novas mudanças nas relações sociais, onde poderemos localizar as forças existentes e contrárias, e a partir daí construir uma nova mentalidade, onde se torna possível reverter o refluxo e também, mais importante ainda, avançar com a luta de classes a favor da classe trabalhadora.

Bibliografia

MARX, Karl. Manifesto Comunista de 1848. Editora Martin Claret. São Paulo, 1997

REIS, José Carlos. A História, entre a Filosofia e a Ciência. Editora Ática. 3.º edição. São Paulo

LINHARES, Maria Yedda, Marxismo e História no século XX. Editora Grijalbo. 3.º edição. São Paulo. Pág. 68

MARX, Karl. ENGEL, Friederich. História. Organizador Florestan Fernandes. Editora Ática

ARCARY, Valério. As esquinas perigosas da História, situações revolucionárias em perspectiva marxista. Editora Xamã. São Paulo. Edição 1, 2004

PETRAS, James. Para onde vai o Brasil? Revista Marxismo Vivo, Editora José Luiz e Rosa Sunderman, ano 2003, número 7, pág. 27

WELMOWICKI, José, A nova crise do Imperialismo e a revolução mundial. Revista Marxismo Vivo, Editora José Luiz e Rosa Sunderman, ano 2003, número 7, pág. 7


[1] efeitos da belle époque: momento na qual o capitalismo dava seus últimos suspiros no conceito de conquistas materiais e sociais em nações consideradas de capitalismo avançado.
[2] Entidades próprias de lutas: organizações sindicais onde os trabalhadores se organizam não para fazer a revolução, ou lutar por ela, mas sim para lutar por conquistas próximas sindicais (aumento de salários, diminuição de jornadas de trabalho, etc.) Isto não impede que os sindicatos acabem se tornando órgão de duplo poder em períodos pré-revolucionários, mas não faz parte de sua natureza.
[3] Graças a uma idéia fundamentada na vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, onde o regime é colocado como acessível e forte o bastante para mostrar a possibilidade de vitória total sobre o capitalismo. Lógico que se escondia de fato a política stalinista (coexistência pacífica) de se barrar a própria revolução mundial.
[4] Social-Liberalismo: Conceito surgido no neo-comunismo europeu, principalmente na sua vertente francesa, no qual defende uma nova análise conjuntural, onde se tornaria possível a luta pelo socialismo através das conquistas materiais do capitalismo e conseqüentemente do neo-liberalismo. Isso leva a um apoio incondicional as tais medidas neoliberais em países de governos de Frente-Popular (vide França/Miterrand e Brasil/Lula)



terça-feira, 21 de abril de 2009

Ok, vocês venceram!

Eu não ia escrever sobre ele, mas recebi muitos comentários pedindo que escrevesse umas palavrinhas. Então vai...


21 de Abril, feriado instituido no Brasil após a proclamação da República para representar a idéia heróica do novo regime político. Hoje temos a imagem de Tiradentes estampada em diversos livros e seu "nome fantasia" esta em praças e ruas do Brasil. Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, um herói?

Antes de tudo,é bom analisar quem foi Tiradentes e o que foi a Inconfidência Mineira.

Na verdade Tiradentes nunca foi o líder da tentativa de revolta colonial em Minas Gerais em 1789. Na verdade estava a mercê de figuras conhecidas da elite colonial mineira, como Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto, entre outros, que apenas desejavam romper com Portugal e criar sua própria corte no Brasil. O único ponto de Tiradentes levado em conta por esses lideres é o fato dele ter contato com o povo e de ser militar.

Tiradentes era alferes (antiga patente abaixo de tenente) da guarda de Minas. Antes, havia tentado ser fazendeiro, tropeiro,comerciante, mineiro (explorador de minas), engenheiro, dentista, entre outras coisas de biscateiro. Em outras palavras, ele havia tentado ser um monte de coisas e fracassou.

A Inconfidência Mineira fracassou devido a própria discordância entre os lideres, que estavam divididos entre o futuro do novo regime, o caráter da revolta, a estratégia de luta e sobre a escravidão. Não houve apoio popular pois o povo não se identificava com a conjuração, que fora tramada nos casarões de seus senhores.

Apesar de elitista e ufanista, a história da Inconfidência Mineira é interessante se analisada dentro do contexto das Revoluçôes Burguesas ocorridas entre o século XVIII e o século XIX. Para alguns historiadores, a elite colonial representava uma nova classe social nascente (burguesia) que desejava se livrar das garras do absolutismo português. O que estes mesmos historiadores esquecem é que essa elite nunca representou o ideal burguês e nem apresentou suas características básicas. Mas seria bom se aprofundarmos este debate.

Mas para quem se interessou por esse momento da História do Brasil, minha sugestão é estudar sobre a Conjuração Baiana, ocorrida em 1799. Inspirada pela Revolução Francesa, os conjuradores baianos também desejavam a ruptura com Portugal, mas desejavam a construção de uma nova ordem política e social, com mais justiça e igualdade social, inclusive defendendo claramente o fim da escravidão e os ideais jacobinos. Por isso contou com amplo apoio popular, apesar de também fracassar.

Para quem se interessou, bons estudos!


(PS: Tiradentes não tinha barba, nem na época em que foi enforcado. Criaram essa imagem um século depois com o intuito de identificá-lo com a imagem de Jesus Cristo)

Um épico sobre Che

Olá amigos. Hoje, 21 de abril, é dia de Tiradentes. Mas ao invés de idolatrar aqui um herói da elite colonial do século XVIII e mito construído pelos positivistas do século XIX, prefiro escrever sobre o filme El Che, que estreou mês passado nas capitais (o primeiro da trilogia). O filme conta a vida do revolucionário argentino Ernesto Guevara.
Mas infelizmente ainda vai demorar para chegar no cinema de Caxambu (se chegar). Por causa disso não tem como fazer uma análise do filme. E nem gostaria de contar novamente a tão conhecida história dele. Por causa disso decidi publicar a crítica do filme feito por Jeferson Choma no site do PSTU, que aliás está muito boa. Boa leitura.

Quando indagado por uma jornalista sobre o que é mais importante para um revolucionário, mesmo sob o risco de parecer piegas, Che disse sem hesitar: “Amor. Amor pela humanidade”. Uma resposta inesperada que compõe uma das cenas mais marcantes do filme Che, um Argentino. O diálogo mostra como Guevara se tornou, com inteligência, disciplina e sensibilidade, um dos maiores símbolos da luta revolucionária, da rebeldia e do inconformismo.

Em cartaz desde o dia 27 de março, a vida e a luta do revolucionário são retratadas nas grandes telas numa superprodução dirigida pelo norte-americano Steven Soderbergh (Traffic, Onze Homens e um Segredo).Soderbergh adota um rigor histórico para contar a história de Che, baseado essencialmente em seus diários e cartas. A opção do diretor (assim como a decisão de fazer um filme em espanhol ao invés de inglês) causou enormes dificuldades de financiamento e produção. Algo que explica por que os realizadores passaram sete anos entre pesquisas e filmagens. Com a recusa dos investidores norte-americanos em bancar o filme, a produção terminou sendo financiada por franceses e espanhóis e, até mesmo, pelo dinheiro de outros filmes de Soderbergh, como o hollywoodiano Onze Homens e um Segredo.

O resultado foi um épico de quatro horas e meia de duração, que acompanha a vida de Che desde o primeiro encontro com Fidel Castro, em 1956, na Cidade do México, até a morte na Bolívia, em outubro de 1967. Benicio Del Toro encarna Che com maestria. O ator – que também foi um dos produtores do filme – disse que interpretar Guevara foi o papel mais difícil de sua carreira.Para a exibição ao público, o filme foi dividido em duas partes. A primeira, Che, o Argentino, apresenta o ingresso dele na guerrilha, a mobilização de camponeses e a conquista do poder na ilha com a derrubada do ditador Fulgencio Batista. O segundo filme, Che, a Guerrilha, começa quando o revolucionário parte clandestinamente para a Bolívia para tentar comandar uma revolução no país sul-americano. O segundo filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

Nas selvas e na tribuna

Ao contrário de Diários de Motocicleta, filme de Walter Salles que explora os primeiros contatos do jovem Ernesto com a situação de pobreza e miséria na América Latina, o filme de Soderbergh aborda em detalhes a atividade revolucionária de um maduro Che Guevara.

Che foi um combatente corajoso, mas sua figura extraordinária foi apresentada, muitas vezes, como o oposto de tudo o que ele era realmente. Em Che, o Argentino, Steven Soderbergh, felizmente, nos apresenta uma figura bem diferente da caricatura messiânica, como muitas vezes foi convertida a imagem do revolucionário.Também não faz concessões mercadológicas que costumam arruinar produções do gênero. Ao invés de apresentar apenas emocionantes batalhas resultando na vitória do movimento de 26 de Julho, o filme descreve os anos em que Che trilhava pelas selvas de Cuba. De maneira semidocumental, o filme intercala cenas da guerrilha na selva com a participação de Guevara na 19º Assembleia da ONU, realizada em Nova York em 1964.

Mas é na Sierra Maestra que Guevara deixa de ser apenas o médico que trata dos guerrilheiros feridos em combate para se tornar um soldado e comandante da revolução. Che, o Argentino também mostra como o revolucionário transformou semianalfabetos desarmados em guerrilheiros e ainda encontrava tempo, em meio aos exaustivos combates e terríveis crises de asma, para passar lições de matemática aos seus companheiros.

O filme também reflete o balanço que o guerrilheiro fazia da própria Revolução Cubana. Em suas memórias, Guevara dava uma importância quase absoluta à luta travada no campo. Por isso, não há no filme uma cena sequer dos combates travados nas cidades, onde a guerrilha urbana desempenhou um papel fundamental na sabotagem ao regime e na articulação do apoio da população à guerrilha.O contraste com a luta nas selvas é realizado através de impressionantes cenas de Che em Nova York. Gravadas em preto e branco, as cenas exibem um Guevara pouco à vontade e confinado a reuniões diplomáticas na cidade-símbolo do capitalismo ianque.

Che, porém, mostra toda sua desenvoltura e ironia, até mesmo em situações excêntricas. Convidado para uma festa por Laura Bersquist, da revista Look, o guerrilheiro é apresentado ao senador democrata Eugene MacCarthy. Che não perde a oportunidade de agradecê-lo pela invasão de mercenários americanos à Baía dos Porcos. “Vocês fortaleceram a solidariedade em torno da revolução”, cumprimenta ironicamente.

Já as cenas do discurso na ONU mostram o extraordinário duelo de palavras entre Guevara e as delegações dos governos latino-americanos, retratados como sempre foram: submissos às ordens de seus chefes em Washington.As cenas em Nova York apresentam também um Guevara tão cansado quanto durante a guerrilha. A razão deste cansaço, infelizmente, não é explorada pelo filme. Na época, Che já caminhava para o ocaso cubano. Suas posições políticas já se encontravam completamente derrotadas dentro do Partido Comunista. O guerrilheiro defendia que Cuba apoiasse a revolução latino-americana. Também foi crítico à aproximação de Cuba com Moscou.

Guevara não fez declarações explícitas confortando a linha política oficial seguida por Cuba. Mas não deixou de espezinhar a linha de coexistência pacífica defendida pelo stalinismo e apoiada por Fidel. “Como marxistas, temos sustentado que a coexistência pacífica entre nações não inclui a coexistência entre exploradores e explorados, entre opressores e oprimidos”, disse da tribuna da ONU, justo no momento em que Fidel acenava com a suspensão de seu apoio à revolução continental em troca de uma coexistência pacífica com Washington (Em Che Guevara: a vida em vermelho, livro de Jorge Castañeda).

Num bem-humorado diálogo sobre a necessidade de ser um pouco louco para se fazer a revolução, Fidel, ainda no México, pergunta a Guevara se aceita o desafio de derrubar Batista. Che aceita, mas impõe uma condição: “terminada a revolução em Cuba, quero estendê-la à América Latina”. Fidel responde: “Está bem. Você é mesmo louco”.Antes de subir na embarção Gramna, em 1956, Che já trilhava o caminho que o levaria a se afastar de Cuba e encontrar a glória e a morte nas selvas bolivianas. Uma trágica história que é contada na segunda parte do filme.

O preço de um equívoco

Che foi uma figura extraordinária e se tornou um ícone da revolução. Mas a linha guevarista, que dizia que na América Latina a tarefa central era organizar guerras de guerrilha a partir de focos guerrilheiros, provocou uma tragédia nas fileiras da esquerda do continente.

Guevara ignorava o papel da classe operária. O método da guerrilha levou uma vanguarda a se distanciar do trabalho político cotidiano junto aos trabalhadores. Muitos se dirigiram até as selvas e montanhas para organizar o exército guerrilheiro.

Apesar de todo heroísmo, o efeito foi catastrófico para boa parte da esquerda latino-americana, que se viu isolada e massacrada por uma guerra desigual contra os aparatos dos Estados. O próprio Guevara pagou com a vida o preço da equivocada política guerrilheira.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ecos do Passado - I: A Sala de aula de geografia e história

É amigos, o passado condena. Hoje começarei a publicar alguns artigos meus escritos na época da faculdade e também da época de militância.
Este primeiro texto é sobre o trabalho do professor de História e Geografia em sala de aula. Boa leitura.

De acordo com Celso Antunes, os professores de História e geografia devem trabalhar de forma clara e objetiva os conteúdos desta disciplina, a partir de habilidades que o próprio aluno já oferece. Compreende-se que o papel do professor atualmente é transmitir a matéria de forma diferenciada, fazendo com que os conteúdos dados sejam aplicados e refletidos pelo aluno. Suas aulas necessitam sempre de uma teoria pedagógica, para que as realizações destas reflexões tenham sempre uma fundamentação teórica, fazendo com que o conteúdo não fique vago, sendo mais completo para valorizar a aula.

Os objetivos do ensino de história e geografia devem se basear no que os Parâmetros Curriculares Nacionais vêm propor, ou seja, a partir dos conteúdos aplicados; deve-se trabalhar com o aluno a sua própria realidade fazendo com que o mesmo tenha a capacidade de refletir. Para que aconteça este diálogo faz-se necessário que o professor estimule o aluno, trabalhando e valorizando a realidade do mesmo através de conhecimentos prévios do próprio educando. O professor deve então proporcionar situações para que o aluno desenvolva seu saber. Toda a didática possível deve ser utilizada em sala de aula, sendo de suma importância para o desenvolvimento de aprendizagem do aluno, de forma que o mesmo deve ter em sala de aula todas as maneiras possíveis para se aprender e compreender melhor não só os conteúdos de história e geografia, mas sim outras disciplinas.O estímulo da criatividade, a exploração de tempos e lugares, a presença da interdisciplinaridade e entre outros, são contribuições de alguns pensadores como: Piaget, Ausubel, Freinet, Gardner e Perrenoud.

Estes pensadores contribuíram para as situações que podem ser trabalhadas em sala de aula para uma melhor aprendizagem do aluno, de forma a estimulá-lo para o próprio aprender.
As inteligências múltiplas, a inteligência verbal, a inteligência lógico-matemática, a inteligência espacial, a inteligência sonora ou musical, a inteligência cinestético-corporal, a inteligência naturalista, inteligências naturalistas e as inteligências pessoais, todas estas inteligências estão ligadas ao paradigma completo e imutável, fazendo com que a pessoa tenha capacidade de se alcançar uma compreensão. Esta foi a contribuição de Gardener.
Há também as contribuições de Ausubel para uma aprendizagem significativa a partir da utilização de associações e contextualizações, de forma que o aluno aprenda a partir de situações que o mesmo pode comparar e associar de acordo com seus conhecimentos prévios, podendo então conhecer fazer, viver e essencialmente ser.

O professor deve se utilizar também do desenvolvimento de habilidades em sala de aula, o diz Perrenoud, desta forma o educando tem a habilidade em ler e compreender, descobrindo então a linguagem tanto de geografia e história, como uma outra disciplina. O professor deve, portanto propor todas as situações possíveis para que o aluno desenvolva esta criticidade e análise para a construção do conhecimento. Os temas transversais devem ser propostos em sala de aula e trabalhados com o aluno a fim de resgatar valores e entre outros. Os jogos operatórios em sala de aula devem ser utilizados de forma a desenvolver a aprendizagem do aluno a partir de um estimulo a mais, fazendo com que o aluno se interesse pela matéria e compreenda os conteúdos com maior facilidade. Desta forma o educando te, situações que contribuem para o seu melhor desenvolvimento em sala de aula, tendo então uma aprendizagem de qualidade.

domingo, 19 de abril de 2009

DEBATES SOBRE TEMAS CONTEMPORÂNEOS

Este informe foi mandado pelo meu amigo Diego. Ah se eu estive em Lorena!!

O Centro UNISAL, Unidade de Ensino de Lorena, convida os estudantes e toda a comunidade para os DEBATES SOBRE TEMAS CONTEMPORÂNEOS. Diariamente nos deparamos com notícias, opiniões e análises sobre a crise econômica, a política brasileira e latino-americana e o conflito no Oriente Médio, entre outros temas presentes nos meios de comunicação, nas salas de aula e nas conversas. São questões que, direta ou indiretamente, afetam a cada um de nós, e, por isso, é importante que estejamos acompanhando seus desdobramentos. Atento às nossas necessidades de informação e opinião, o Centro UNISAL convidou especialistas nos diferentes assuntos para debatê-los com os estudantes e com toda a comunidade. Não perca esta oportunidade de ampliar seu conhecimento e entendimento sobre importantes temas contemporâneos. Confira a programação e inscreva-se neste site.

Dia 15 de maio de 2009, 19h
ECONOMIA BRASILEIRA E GLOBAL, A CRISE E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Convidado: Jornalista Vinícius Torres Freire - Colunista do Jornal Folha de S. Paulo

Dia 2 de junho de 2009, 19hO
CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO
Convidado: Jornalista Eduardo Barella - Editor de Internacional do Jornal O Estado de S. Paulo

Dia 14 de agosto de 2009, 19hA
POLÍTICA BRASILEIRA
Convidado: Jornalista Eliane Cantanhêde - Colunista do Jornal Folha de S. Paulo

Dia 22 de outubro de 2009, 19h
NOVO CENÁRIO POLÍTICO DA AMÉRICA LATINA
Convidado: Demétrio Magnoli - Jornalista especializado em relações internacionais e escritor

Fonte: http://www.lo.unisal.br/sistemas/debates/index1.asp

sábado, 18 de abril de 2009

"Quem quer ser um milionário?"

Acabo de voltar do cinema aqui em Caxambu. Bom, com um certo atraso, é verdade. Leva um tempo até que um lançamento chegue na telona daqui. Mas tudo bem.

O escolhido da vez foi o vencedor de quatro Oscars "Quem quer ser um milionário?", do diretor inglês Danny Boyle. Para quem quer conhecer uma Índia bem diferente (e muito mais real) que a novela da Globo, vai se surpreender. O filme mostra a dura realidade de um país que, como o nosso, a grande miséria e a desigualdade social convive com a nascente riqueza de uma minoria.

As primeiras cenas mostram a figura sofrida de Jamal Malik, um jovem de 18 anos que serve chá num centro de telemarketing, cara a cara com seu torturador, um policial inescrupuloso que tenta a todo custo arrancar uma confissão. Horas atrás, o rapaz torturado estava a uma pergunta do inacreditável prêmio de 20 milhões de rúpias (moeda indiana), entregue pelo programa de TV Quem quer ser um milionário para o vencedor do disputado show de perguntas.

Ao responder corretamente uma a uma as perguntas, Jamal desperta a desconfiança do cínico e preconceituoso apresentador Prem Kumar (Anil Kapoor). O jovem estaria trapaceando? A suspeita de Kumar se baseia no seguinte questionamento: como é possível que um jovem pobre e sem estudos possa responder a perguntas que nem mesmo advogados e intelectuais conseguiram responder? É a partir deste ponto que Jamal começa a contar a história de sua vida e a razão maior que o levou a participar do programa milionário.

Vendo que as torturas não arrancariam a confissão desejada, o inspetor de polícia decide ouvir, então, como alguém que mal foi à escola sabia responder todas as questões. “Não é preciso ser um gênio”, ironiza o rapaz. E conclui com a obviedade até então inaceitável: “Eu sabia as respostas”.

Numa estrutura de flashbacks, Jamal vai revelando como as respostas para todas aquelas perguntas estavam, de alguma forma, presentes em sua história de vida. Algo tão ingênuo como o questionamento sobre de quem é o rosto estampado na nota de cem dólares. Como Jamal sabia que se tratava de Benjamin Franklin? Quando criança, segurando uma nota de cem, outro garoto disse a ele de quem era o famoso rosto. Simples assim. O mesmo acontece com as demais perguntas. Todas as respostas vinham de situações que Jamal viveu.

Pouco a pouco, o interrogatório vai mostrando o caminho incrível e miserável trilhado por Jamal. Ele e seu irmão mais velho, Salim, nasceram e foram criados numa abominável favela de Mumbai, onde os barracos se equilibram sobre fezes e montanhas de lixo. Ainda crianças, tiveram a mãe assassinada num ataque contra mulçumanos e passaram pelas mãos de um explorador do trabalho infantil. Jogados num mundo desgraçado e violento, Jamal e Salim aprenderam a se virar sozinhos, mesmo que para isso fosse necessário roubar comida ou enganar turistas com histórias inventadas sobre o Taj Mahal.

Por fim, após repassar toda sua vida, Jamal revela para a polícia o motivo que o levou a participar do programa: reencontrar Latika, seu amor desde a infância, de quem o rapaz se perde incontáveis vezes ao longo da história. A crença de Jamal era simples. Ele imaginou que a moça o veria na TV. Afinal de contas, naquele momento, quem não estaria vendo um favelado se tornar milionário?

Quem quer ser um milionário? é, de fato, um conto de fadas. Mas não um conto de fadas inteiramente convencional. O primeiro mérito do filme é expor uma Índia completamente diferente da que é apresentada, por exemplo, no patético folhetim de Glória Perez, Caminho das Índias, da Globo. Na novela, o país asiático é mostrado com foco no “incrível” crescimento econômico dos últimos anos, sem mencionar, claro, que este é resultado de uma superexploração da mão-de-obra barata de milhões de trabalhadores.

O filme do diretor Danny Boyle, que chegou a ser comparado ao brasileiro Cidade de Deus, sob o aspecto da violência e da miséria, revela uma Mumbai de pobreza assustadora, onde mais da metade dos 19 milhões de habitantes vive, literalmente, em cima das próprias fezes. Quem quer ser um milionário? não esconde a maneira como a vida se desenrola para a maioria dos indianos. Tragédias sociais e econômicas de toda a espécie surgem diante do espectador como um soco no estômago, trazendo à tona o contraste de uma Índia que cresce economicamente e ao mesmo tempo aprofunda a miséria de seu povo. É brutal perceber e impossível negar o horror da violência exercida pelos exploradores do trabalho infantil no filme.Entretanto, tudo isso não impede que a história guarde fortes traços dos contos de fadas. Há um grande apelo em torno do destino das personagens, ao melhor estilo de “estava escrito nas estrelas”. Não faltam ao filme, também, intensas cenas de ação para prender o espectador, música dançante e sequências contagiantes. Além, é claro, de uma história de amor com final feliz e muito dinheiro no bolso.

Um dos pontos que mais suscitou críticas ao filme foi, justamente, o tratamento que o diretor deu ao modo como Jamal e Salim encaram sua miséria absoluta. Para alguns críticos, Quem quer ser um milionário? parece criar a imagem de que, por pior que seja a situação, os dois garotos não perdem as esperanças e insistem numa alegria de quem acredita que o destino guarda algum tipo de recompensa.

Outros críticos não suportaram a idéia de que Boyle fez um filme que fala de miséria e violência, mas sem as costumeiras lamentações e até bem-humorado. O jeito malandro que os meninos encontraram para sobreviver é capaz de arrancar risadas. A história até pode ser acusada de tentar suavizar o sofrimento, mas não de escondê-lo. A narrativa oscila entre a crueldade da vida indigente e uma alegre aventura pela sobrevivência.

Quem quer ser um milionário? é um filme otimista, verdade seja dita. Talvez contagiado pela onda esperançosa de algo que parecia impossível: a eleição de um negro para a Casa Branca. Um otimismo que, mais cedo ou mais tarde, vai acabar. Mas já que a vida de Jamal e Latika pretendia ser mesmo um conto de fadas, não faria muito sentido se não fosse otimista.

O perigo do filme é cair no erro de mostrar a história de Jamal como alternativa fáctivel, e não como uma exceção. Há uma cena que, de certa maneira, demonstra isso. Quando Jamal está prestes a responder a última pergunta que lhe dará o prêmio máximo, os milhões de miseráveis e famintos da Índia, com os olhos vidrados na TV, se transformam em Jamal Malik. Todos querem ser o garoto (agora milionário), numa compreensão de que suas vidas só poderiam ser mudadas com um prêmio semelhante.

A participação no jogo de respostas, o “Show do Milhão” indiano, junta-se a outras fantasiosas formas de os oprimidos ascenderem socialmente. Em uma sociedade onde só lhes cabe trabalhar e receber o suficiente para retornar no dia seguinte, são muitos os jovens que sonham com carreiras milionárias, através do futebol. O sucesso de Ronaldos, Ronaldinhos e outros jogadores é encarado da mesma maneira, como um caminho possível, viável. Mas, para a imensa maioria, a ilusão se desfaz logo e percebe-se que estes atletas são exceções, assim como o indiano Jamal.É impossível, porém, não torcer pelo amor de Jamal e Latika. Mesmo com todos os clichês, o filme consegue fazer o que sempre pretendeu: narrar um fabuloso conto de fadas. Como quando Jamal, se passando por um cozinheiro, vai resgatar seu grande amor da casa de um poderoso bandido, dizendo:

- Venha comigo.
- Mas nós vamos viver de quê?
- De amor.

Quem quer ser um milionário? é uma história improvável, para muitos impossível, mas nem por isso deixa de ser bonita.
fonte: www.pstu.org.br João Paulo da Silva

Revista eletrônica Educação em Debate

Olá amigos!
Já está no ar o portal Educação em Debate, a versão eletrônica de nossa revista. É a semi-conclusão do nosso trabalho em busca de um espaço para o debate sobre educação.
Para quem entrar no portal, poderá conferir o excelente trabalho de montagem visual do Amauri, que há experimentou diversas diagramações do mesmo, com um ótimo resultado.
Em breve estaremos lançando a revista física. Por enquanto visitem o nosso portal http://www.educacaoemdebate.com

domingo, 12 de abril de 2009

Dica de Leitura - II

Essa dica vai para os amantes da velocidade. De passagem por um pequeno sebo de Caxambu, achei a coleção "Grandes Pilotos de Todos os Tempo" (veja capa), publicado pela Editora Abril Cultural. Na verdade é a versão brasileira da Quattroruote-Domus de 1972, e atualizado em julho de 1977.

Na verdade este livro (dividido em dois volumes) apresenta a biografia dos grandes pilotos de até então. Mostra em ordem alfabética os pilotos de Fórmila 1, esporte-protótipos, turismo e da era Grand-Prix entre-guerras. Os dois volumes são recheados de fotos em cores e preto-e-branco (uma média de duas fotos por página, além de fotos em página dupla). Simplesmente o máximo para quem curto carros de corrida e suas histórias.

Infelizmente não é sempre que se acha essas raridades, mas na internet é possível achar algumas edições, inclusive à venda fácil, como no site http://www.estantevirtual.com.br/. Vale a pena!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Dica de Leitura



Acabo de reler o envolvente livro “História da Riqueza do Homem” de Leo Huberman. Já o havia lido na faculdade e relido em 2006. Mas confesso que nesta nova conjuntura de crise do capitalismo, é interessante repassar os olhos no trabalho deste jornalista.
Escrito em 1936, este livro busca fazer uma análise da história econômica nos últimos mil anos, desde a Idade Média e seu feudalismo até a econômica socialista da União Soviética. O interessante desta obra é o fato de Huberman buscar fazer esta análise a partir a ótica marxista. Aliás, muito bem feita.
Apesar da profunda reflexão sobre o surgimento e o desenvolvimento do capitalismo nestes últimos séculos, os capítulos “O Elo mais Fraco” e “Desistirão Eles do Açúcar” são meus preferidos. O primeiro apresenta uma análise sobre os motivos que levaram o capitalismo a primeira grande crise de sua história: a Crise de 29. É interessante notar as semelhanças existentes entre esta crise e a atual em que vivemos, são só no caráter econômico, mas também nos desafios apresentados à classe trabalhadora.
Já o outro capitulo nos apresenta a reação burguesa a crise capitalista, que acabaria levando o mundo à conhecer o fascismo e a Segunda Guerra Mundial. Suas palavras podem nos dar uma lição do que pode ocorrer daqui para frente.
Por isso a leitura desta obra torna-se importante e indico a todos vocês “História da Riqueza do Homem” de Leo Huberman

quarta-feira, 8 de abril de 2009

“As violências que estão na escola”


Olá amigos e colegas! Desculpe a demora em postar aqui no blog. Infelizmente estive impossibilitado de escrever e de estar acessado a internet. Mas prometo à vocês que agora tentarei me redimir.
Depois de tanta reclamação, finalmente chegaram as primeiras edições da revista Nova Escola, que havia assinado há mais de dois meses. Calma! Antes de me enforcarem, deixe me explicar. Sei que ela faz parte do grupo Abril (existe revista mais conservadora direitista que a Veja?), mas estava sentindo falta de uma leitura mais voltada para a educação aqui onde moro. Quando a Caros Amigos lançar sua revista de educação, eu garanto que troco a minha assinatura, ok?
Na edição de nº 221 pude contemplar um artigo do professor Fernando José de Almeida, docente da PUC-SP, vice-presidente da TV Cultura e ex-diretor de escola pública. Com o mesmo título desta postagem, o autor procura falar um pouco sobre os motivos que levam as escolas brasileiras a sofrerem diversas formas de violência. Ele aponta como elemento fundamental para a existência ou não das “violências” na escola o papel do gestor escolar. De certa forma apoio o que ele apresenta, pois o diretor é a alma que administra pedagogicamente a escola. Mas não gostaria de parar por aí.
Os fenômenos sociais que ocorrem dentro dos limites da instituição, na verdade, são reflexos dos fenômenos existentes em toda a nossa sociedade. A existência de violência (aqui digo violência verbal, física, depredatória, etc.) dentro da escola nada mais é que a continuidade da violência que nossos alunos sofrem e convivem fora dos muros escolares. Isto é, conseqüências de situações problemáticas externas.
Mas isso é normal? Se a escola é apenas o reflexo da sociedade, então não há soluções? Bom, no meu ponto de vista a escola não é uma praça, não é apenas um lugar qualquer. Na verdade a escola, enquanto instituição de ensino, tem a responsabilidade de ser um pólo que reconstrua essa realidade, e não perpetuá-la. Por isso é tarefa do Estado, de suas políticas públicas (apesar de não haver esse interesse por parte do sistema), do diretor escolar, dos professores, alunos e pais, buscarem essa reconstrução, através do envolvimento de todos e o compromisso com a educação.
Infelizmente na maioria de nossas cabeças há a idéia antiquada de educação e ensino. Ainda praticamos conceitos educacionais totalmente desconexos da atual realidade brasileira. Por causa disso, apesar de nossos esforços, nos vemos em meio a fracassos que levam a realidade da crise da educação (não só na pública quanto na particular também).
Novamente volto a bater nesta tecla. Precisamos repensar, a nível nacional, a escola. Precisamos debater qual escola queremos construir, sob quais objetivos, os conceitos, os métodos, a participação e os por quês. E precisamos expandir esse debate a todos os níveis envolvidos direta e indiretamente com a educação, desde os acadêmicos das grandes universidades até os pais que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos.
Que tal começarmos a fazer isso?

Manifesto em defesa da valorização dos profissionais da educação

publicado no www.cnte.org.br

Diante da tentativa dos governadores de impedir a implantação da Lei nº 11.738/08 - que institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica -, conclamamos a comunidade educacional e a sociedade brasileira a promover um amplo movimento em defesa da educação e de seus profissionais.
Ao decidir impetrar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI contra a Lei, antes mesmo de sua concretização, os governadores:

  • negam aos estudantes, especialmente aos oriundos das classes populares, o direito à educação de qualidade para o qual concorre o profissionalismo dos educadores;
  • invertem as prioridades das políticas públicas e as responsabilidades do Estado em promovê-las;
  • caminham na contramão do percurso civilizatório baseado no acesso igualitário aos bens materiais e culturais produzidos pela humanidade.

O Brasil ainda tem dívidas educacionais incompatíveis com um projeto de desenvolvimento socialmente justo, inclusivo e baseado em uma soberania solidária. O analfabetismo, o baixo percentual de oferta de educação infantil, média e profissional, a insuficiência e a desproporção de vagas nas universidades públicas são apenas alguns exemplos dos desafios deste período histórico.
Para superar este descompasso, o país precisa ampliar o financiamento, aprofundar a gestão democrática e valorizar os profissionais da educação, promovendo sua formação, instituindo carreiras e permitindo sua dedicação exclusiva à educação, por meio de salários dignos.
Se os estados e os municípios brasileiros não puderem honrar o um compromisso tão modesto com esta geração de estudantes, precisam, urgentemente, repensar o papel do Estado e dos governos para com a sociedade.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública

matéria publicada no www.cnte.org.br
Democracia, crise financeira internacional e implementação do piso do magistério. Estas e muitas outras questões são temas da 10ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que será realizada de 20 a 24 de abril, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e seus sindicatos filiados. Nesta edição, a Semana contará com Conferências Escolares para as quais serão convidados educadores, estudantes, pais e mães com o intuito de debater os principais temas da escola e da política educacional no Brasil.
Os assuntos em discussão serão os mesmos eleitos para as Conferências Municipal, Estadual e Nacional de Educação, organizadas pelo MEC em parceria com os sistemas de ensino do país e com a sociedade educacional. O debate servirá de base para a Conferência Nacional da Educação Básica, em abril de 2010.
Neste momento em que o mundo enfrenta o desemprego e a falência do neoliberalismo, a CNTE quer discutir o papel da educação na construção de uma nova ordem social.A Semana abordará, também, as diretrizes nacionais de carreira do magistério, o reconhecimento dos funcionários de escola como profissionais da educação, a formação de educadores para habilitar mais de 600 mil profissionais em suas áreas de atuação e a desoneração dos recursos educacionais da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que retirou, em 2008, mais de 8 bilhões de reais do orçamento do Ministério da Educação.
A CNTE defende a adoção de políticas públicas educacionais para a valorização dos trabalhadores em educação, o resgate da auto-estima desses profissionais e a melhoria da qualidade do ensino público. E a construção do Sistema Nacional de Educação é o principal caminho, hoje, para acabar com as desigualdades do ensino público oferecido nas diversas regiões do país.Os textos para direcionamento dos debates estarão disponíveis para download em breve no site da CNTE.
Veja as peças da semana na seção FIQUE POR DENTRO.
Publicado em www.cnte.org.br em 24 de março de 2009

Greve para valer o piso

matéria publicada no www.cnte.org.br


Professores querem que a Lei do Piso seja respeitada por estados e municípios
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e os sindicatos afiliados decidiram, hoje (3), a data e a duração para a greve nacional dos professores da educação básica da rede pública : no dia 24 de abril, os profissionais cruzam os braços por 24 horas. O objetivo é fazer com que a lei 11.738, que institui o piso salarial nacional do magistério, seja implementada nos estados e municípios conforme o texto aprovado no Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Lula, em 2008.

Frases...

O diretor deve propor soluções e buscar o comprometimento da comunidade, já que a decisão surgida do diálogo é mais eficaz.”

Professor Fernando José de Almeida

Plano Decenal de Educação

Ah, me lembrei de uma coisa importantíssima. A Assembléia Legislativa de Minas Gerais abriu para debate público o projeto de Lei sobre o PDEEMG (Plano Decenal de Educação do Estado de Minas Gerais). Não é sempre que o poder público faz isso, então vamos aproveitar.
Em várias cidades de Minas estão ocorrendo encontros entre educadores para se discutir o PDE. Infelizmente em Caxambu e região não se abriu este diálogo. Outra infelicidade que constato é que muitas escolas e prefeituras estão encarando o PDE como algo burocrático, um calhamaço que será perdido em alguma gaveta. Conversas que ouço como “rápido, temos que escrever logo isso” ou “neste final de semana escreverei este troço” me faz concluir isso.
Gente! O PDE é um projeto sério. Ele deve ser construído a partir de um longo debate entre os professores, profissionais da educação e comunidade acerca dos futuros objetivos da escola. Não pode em hipótese nenhuma ser apenas um papel digitado pela direção da escola, pelo coordenador ou pelo secretário de educação. Ele deve ser um projeto vivo nascido da participação de todos. Então vamos prestar mais atenção nisso.