Espaço de diálogo e publicação de artigos e textos do professor Cássio Diniz (cassiodiniz@hotmail.com)
domingo, 26 de abril de 2009
VAMOS DEBATER A EDUCAÇÃO!!
Aécio, o social-democrata, quem diria!
E o Aécio Neves, hein! O social-democrata, no 21 de abril (ontem), Dia de Tiradentes, da liberdade, proibiu a oposição de entrar na praça Tiradentes em Ouro Preto nas Minas Gerais. No local da cerimônia, só foi permitido o ingresso de militantes do PSDB e da Força Sindical, todos com uma identificação, uma pulseira azul.
Não sou eu que estou afirmando. Está em todos os jornais de hoje - em O Globo, por exemplo, com a manchete "Festa de 21 vira ato pró-Aecio em MG”; no Estadão, "Cerimônia de Tiradentes vira palanque para Aécio”; na FSP, "Sem oposição, Aécio celebra sua última Inconfidência".
Só lamento que os dois ministros do governo Lula presentes (José Pimentel, Previdência Social, e Juca Ferreira, Cultura) não tenham protestado, nem se retirado do ato, abertamente manipulado para ser um palanque do governador mineiro, presidenciável na eleição do ano que vem e ainda em disputa pela legenda tucana com o adversário-colega de São Paulo, o governador José Serra.
Eleito presidente, Aécio vai barrar o Brasil inteiro
Aécio não precisa disso para ser pré-candidato ou mesmo candidato. Imagina se ganha as eleições! Vai proibir manifestações contra seu governo, fechar as praças públicas do Brasil, interromper as estradas com barreiras, como fez a PM mineira ontem para impedir a chegada à cidade de Outro Preto de caravanas de sindicatos que iam protestar contra seu governo.
Vai carimbar todo mundo que participa de atos públicos, montar esquemas de segurança como o de ontem no Brasil inteiro, deixar as praças apinhadas de policiais no país todo. O pior foi o locutor oficial anunciar que o governador renunciará ao cargo no ano que vem para ser candidato.
Espero que o DEM, sempre tão "cioso e zeloso" quanto à essas questões, entre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma ação contra Aécio Neves, já que se trata de um ato abertamente eleitoral às custas do contribuinte mineiro.
blog do Dirceu http://www.zedirceu.com.br/
MST versus mídia
sábado, 25 de abril de 2009
Revolução dos Cravos: 35 anos
Até então Portugal vivia sob a ditadura salazarista, que nos últimos anos estava sob o controle de Marcelo Cateano. Era um dos países mais atrasados da Europa Ocidental graças ao isolamento político e submisso às potências imperialistas (EUA, Inglaterra). Além disso Portugal tinha um império colonial que já iniciara o seu desmoronamento.
A década de 70 iniciou com profundas contradições sociais internas. O povo português, principalmente trabalhadores, estudantes e intelectuais, cansados de anos de ditadura, questionavam cada vez mais o regime. Seguindo esta tendência, jovens oficiais do exército português também começaram a analisar criticamente o regime principalmente como causa das Guerras de Ultramar (guerras coloniais portuguesas). Neste meio surgiu o Movimento das Forças Armadas (MFA, também conhecido como Movimento dos Capitães), profundamente ligado as massas populares.
Várias aquarteladas foram tentadas nos primeiros anos da década, mas se viram fracassadas. A exceção ocorreu em 25 de abril de 1974, quando o MFA consegue mobilizar diversas guarnições militares e se sublevam contra o governo. De imediato o povo apóia a insurreição. O principal sinal disso foi a adesão em massa da população nas ruas. Sem outra alternativa Cateano renuncia.
Foi formado um novo governo, sob o comando de Vasco Gonçalves. Este governo tinha participação do Partido Comunista Português e do Partido Socialista, ambos anteriormente na ilegalidade e que agora surgiam com força total.
Em meio a isso, a liberdade recém aberta faz com que os anseios populares de transformação social atinja patamares altos. Novas organizações políticas de esquerda surgiram, os sindicatos se fortaleciam e a revolução socialista estava na ordem do dia. Aliás a Revolução Socialista em Portugal era uma realidade muito próxima neste momento.
Mas infelizmente, devido as traições do PCP e do PSP (o primeiro ligado à Moscou e o segundo com o objetivo de defender a “ordem”) o processo de transformação para o sistema socialista fracassa. Os movimentos populares são esvaziados e as organizações políticas que defendiam a revolução foram enfraquecidas. Em poucos anos a possibilidade real foi derrotada.
Durante uma conversa com o professor húngaro Pál Ferenc no 5º SINAL (ver postagem anterior) pudemos debater um pouco sobre o tema. Ferenc me lembrou bem o papel que Moscou teve para não permitir uma revolução socialista em Portugal. Fazia parte da política soviética neste momento controlar os processos revolucionários dentro do contexto da Coexistência Pacífica.
Gostaria de sugerir um filme que trata bem disso. Capitães de Abril (Portugal, 2000) mostra bem este episódio, principalmente a eclosão da Revolução em 25 de abril. Para os brasileiros há figuras conhecidas do público. Vale a brincadeira de descobrir os nomes.
Para terminar, gostaria de reproduzir um comentário do professor Valério Arcary, que tive o prazer de conhecer. Aliás esse esteve presente e participou da Revolução dos Cravos, oportunidade em que morava em Lisboa neste período:
“O que existiu de extraordinário na Revolução dos Cravos não foi o colapso da ditadura na madrugada do 25 de Abril, embora tenha sido espetacular, mas a entrada em cena de milhões de pessoas, em sua maioria trabalhadores e jovens, como protagonistas do ato revolucionário na sua seqüência”
V Simpósio Internacional de Letras
Apesar de não estar ligado diretamente à área, a secretária municipal de educação Maria do Carmo (minha colega de trabalho) me convidou e me ofereceu a inscrição. Ela já conhece minha sede por estar em meio a atividades acadêmicas (oh saudade da universidade!) e também minha luta pelo mestrado. Este convide caiu do céu.
O 5º SINAL foi pautado pela discussão de novas linguagens em espaços virtuais, como a internet e suas variáveis. Um debate pertinente, pois as transformações nos meios de comunicação e o mundo midiático trouxeram tantas novidades que normalmente não conseguimos absorver totalmente.
Tive a oportunidade de participar do mini-curso Espaço Cultural/espaço virtual – Escritas tecnológicas: Notícia na web, ministrado pela professora Ana Elisa Ribeiro (CEFET/MG). Pudemos debater bastante sobre as novas linguagens de comunicação na web e fizemos várias inserções interessantes sobre a blogosfera. É interessante observar os caminhos no qual estamos seguindo e também as novas possibilidades abertas nesta nova trilha de comunicação. Vejo perspectivas no sentido da educação. Veremos mais a frente.
Mas gostaria de fazer algumas observações um pouco incomodas. Na sexta-feira acompanhei algumas apresentações dos trabalhos de mestrado de alguns alunos. Não sei se estava mal acostumado por participações nos Congressos da ANPED e da ANPOCS, mas achei muitas destas apresentações um pouco fracas. E não eram trabalhos de alunos de universidades particulares, mas de universidades públicas de destaque e bolsistas da CAPES e da FAPEMIG. Era pura leitura, gracejos, falta de bibliografia e temas limitados eram comuns nas apresentações. Espero que estas constatações estejam erradas, mas também destaco a juventude de muitos dos mestrandos. O tempo dará experiência e seus trabalhos com certeza serão melhorados. Valeu a intenção.
Bom, vou me despedindo agora e se acordar amanhã estarei por aqui mesmo
Ecos do Passado - II: As Relações Sociais hoje sob uma perspectiva marxista
Essas flutuações, pode se dizer, tornam-se uma característica marcante do século XX. Por exemplo, ao mesmo tempo que existia uma lumpenzação de uma parte da classe operária européia durante os primeiros anos do século XX[1], ocorria um aumento visível dos níveis de consciência de setores laborais que começavam a se organizar, não como entidades próprias de luta[2], mas sim politicamente em números importantíssimos. É neste contexto em que podemos encaixar a Rússia de 1905-1906-1909, onde houve um processo vital para anos depois vir o advento da Revolução Bolchevique. Lógico que também, devido a maré vermelha que rondou a Europa e o mundo, houve um avanço brutal politicamente e ideologicamente sobre os trabalhadores, encabeçados pelos regimes nazi-fascista, que fez com que em muitos locais houvesse um retrocesso do movimento. Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial houve novamente um crescimento favorável aos trabalhadores[3] onde foi possível (na visão dos stalinistas) expandir a revolução, e tendo como a última onda o período de 1989, onde há um avanço, mas que infelizmente cai no retrocesso dos anos 90. Como diria Valério Arcary:
A última, entre 1989-91, começou em Berlim, vinculou-se à “revolução de veludo” na Tchecoslováquia, estendeu-se à Romênia e culminou nas greves mineiras na Rússia. Antiburocratica, combateu um inimigo mais frágil, mas sucumbiu como fogo de palha: ardeu intensamente, mas por pouco tempo. Venceu sobre os restauracionistas moderados de Gorbachev, para entregar o poder aos extremistas, como Ieltsin. (ARCARY, 2004, p. 135)
É justamente sobre este último período, e seu posterior retrocesso é que podemos encaixar o atual período em que o mundo está passando. Só que se observarmos melhor, podemos perceber que este retrocesso é muito mais forte e brutal, não na imposição de barreiras e derrotas, mas na própria construção, ou podemos dizer melhor, na aceitação de um discurso da classe dominante sobre os trabalhadores no mundo. Isso talvez ocorra por dois motivos claros:
1. A queda do regime soviético, que polarizava com o capitalismo como alternativa real para uma futura, possível e real vitória dos trabalhadores no mundo, faz com que o movimento operário fique perdido cegamente no que se refere ao um novo caminho em que pode se apoiar, contribuindo para uma idéia de um determinismo catastrófico;
2. Mudanças significativas no próprio sistema capitalista, que segundo a previsão de Lênin no início do século XX e comprovada nos dias de hoje, fazem com que o avanço do imperialismo (imperialismo, fase superior ao capitalismo) internacional, coloque o capitalismo em sua fase monopolista, e ao mesmo tempo se constrói a ideologia do determinismo catastrófico, o que podemos chamar de neoliberalismo.
A partir destes dois pontos podemos encaixar o atual retrocesso, tanto na prática, quanto ideologicamente. Na prática o próprio movimento operário e seus organismos de luta, que cai numa maré reformista e conciliatório, tomando formatos de verdadeiros amortecedores da luta de classes, levando ao campo ideológico uma idéia de que é necessário a conciliação de classes e a união de “todos os cidadãos” em prol da construção de um mundo melhor, lógico que por dentro do status quo atual. A essa idéia chamamos de social-liberalismo[4], isto é, um novo discurso social que justifica o neoliberalismo. Como diria James Petras no caso do Brasil:
A filosofia operacional do governo do PT tem vários postulados-chave: (1) O Brasil vive uma crise que só pode ser remediada mediante uma política de austeridade promovida pelas instituições financeiras [...]. (2) O Brasil só poderá crescer se proporcionar incentivos aos grandes capitais nacionais e internacionais [...]. (3) O livre mercado, com mínima intervenção estatal, regulação e controle [...]. (PETRAS, 2003, p.)
Agora procuremos encaixar esse avanço econômico e ideológico do capitalismo nas próprias relações sociais de trabalho atualmente. Podemos ver que os trabalhadores estão cada vez recebendo salários menores (deteriorando conquistas salariais) e as grandes empresas acumulando mais capitais. Mas procuremos olhar essas mudanças mais profundamente. Não está apenas diminuindo sua compensação de sobrevivência, mas sim está perdendo-a. Incrível, mas é o que vem ocorrendo.
Preste atenção no fenômeno da terceirização nas empresas e órgãos públicos, onde há cortes em recursos humanos, salários pagos, e até mesmo na força-de-trabalho. Há neste momento uma desvalorização do trabalhador sem que se desvalorize sua produção. O homem então deixa de receber para sobreviver para sub-viver, em condições subumanas, onde o próprio ser se adapta a essa condição.
Com isso na cabeça pergunto O que faz um trabalhador aceitar ganhar R$ 380,00 ao mês para trabalhar 10 horas por dia durante um trabalho temporário de três meses, onde não receberá mais nenhum dinheiro, pois não é considerado vínculo trabalhista? É a própria condição e imposição do sistema (fome, miséria, falta de expectativa, etc.) contribui para a super-exploração do trabalhador. Está mesma pessoa produzirá a mesma riqueza que um dez anos antes, só que a um custo bem menor para a empresa, aumento seu lucro diretamente.
Esse modo de pensar sobre a sua própria condição de existência do ser humano é aproveitado em diversos outros segmentos da sociedade contemporânea, dentro ou fora do estado e de seus órgãos diretos e indiretos. Privatizações, políticas de desligamento de compromissos básicos par com seus “cidadãos”, etc. são esses fenômenos observados. Um caso óbvio é os chamados trabalhos voluntários “impostos”, como os programas de distribuição de bolsas universitárias para estudantes voluntários. Estes estudantes serão obrigados a prestar serviços, no lugar de professores profissionais onde receberiam um salário digamos digno, em troca da “oportunidade de poder estudar em uma universidade”. Percebe-se então uma contradição enorme. O homem irá trabalhar (produzir riqueza, diretamente ou indiretamente) em troca de, não de uma pequena riqueza para sobreviver, mas de um sagrado direito a poder estudar.
Em base nestas reflexões, será que podemos falar que há uma mudança nas relações sociais, onde a mão-de-obra assalariada está se transformando em uma mão-de-obra servil, fazendo surgiu uma espécie de neo-servidão?
Vemos então neste exemplo duas conseqüências: cortes de custos diretos (na qualidade também) e uma construção de uma idéia que serve de base para essa super-exploração. E isso podemos encontrar em diversas outra áreas e ramos da economia, como também no refluxo da organização dos trabalhadores para enfrentar estes novos desafios. É por isso que se torna fundamental uma nova análise profunda dessas novas mudanças nas relações sociais, onde poderemos localizar as forças existentes e contrárias, e a partir daí construir uma nova mentalidade, onde se torna possível reverter o refluxo e também, mais importante ainda, avançar com a luta de classes a favor da classe trabalhadora.
Bibliografia
MARX, Karl. Manifesto Comunista de 1848. Editora Martin Claret. São Paulo, 1997
REIS, José Carlos. A História, entre a Filosofia e a Ciência. Editora Ática. 3.º edição. São Paulo
LINHARES, Maria Yedda, Marxismo e História no século XX. Editora Grijalbo. 3.º edição. São Paulo. Pág. 68
MARX, Karl. ENGEL, Friederich. História. Organizador Florestan Fernandes. Editora Ática
ARCARY, Valério. As esquinas perigosas da História, situações revolucionárias em perspectiva marxista. Editora Xamã. São Paulo. Edição 1, 2004
PETRAS, James. Para onde vai o Brasil? Revista Marxismo Vivo, Editora José Luiz e Rosa Sunderman, ano 2003, número 7, pág. 27
WELMOWICKI, José, A nova crise do Imperialismo e a revolução mundial. Revista Marxismo Vivo, Editora José Luiz e Rosa Sunderman, ano 2003, número 7, pág. 7
[1] efeitos da belle époque: momento na qual o capitalismo dava seus últimos suspiros no conceito de conquistas materiais e sociais em nações consideradas de capitalismo avançado.
[2] Entidades próprias de lutas: organizações sindicais onde os trabalhadores se organizam não para fazer a revolução, ou lutar por ela, mas sim para lutar por conquistas próximas sindicais (aumento de salários, diminuição de jornadas de trabalho, etc.) Isto não impede que os sindicatos acabem se tornando órgão de duplo poder em períodos pré-revolucionários, mas não faz parte de sua natureza.
[3] Graças a uma idéia fundamentada na vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, onde o regime é colocado como acessível e forte o bastante para mostrar a possibilidade de vitória total sobre o capitalismo. Lógico que se escondia de fato a política stalinista (coexistência pacífica) de se barrar a própria revolução mundial.
[4] Social-Liberalismo: Conceito surgido no neo-comunismo europeu, principalmente na sua vertente francesa, no qual defende uma nova análise conjuntural, onde se tornaria possível a luta pelo socialismo através das conquistas materiais do capitalismo e conseqüentemente do neo-liberalismo. Isso leva a um apoio incondicional as tais medidas neoliberais em países de governos de Frente-Popular (vide França/Miterrand e Brasil/Lula)
terça-feira, 21 de abril de 2009
Ok, vocês venceram!
Um épico sobre Che
Guevara ignorava o papel da classe operária. O método da guerrilha levou uma vanguarda a se distanciar do trabalho político cotidiano junto aos trabalhadores. Muitos se dirigiram até as selvas e montanhas para organizar o exército guerrilheiro.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Ecos do Passado - I: A Sala de aula de geografia e história
Este primeiro texto é sobre o trabalho do professor de História e Geografia em sala de aula. Boa leitura.
As inteligências múltiplas, a inteligência verbal, a inteligência lógico-matemática, a inteligência espacial, a inteligência sonora ou musical, a inteligência cinestético-corporal, a inteligência naturalista, inteligências naturalistas e as inteligências pessoais, todas estas inteligências estão ligadas ao paradigma completo e imutável, fazendo com que a pessoa tenha capacidade de se alcançar uma compreensão. Esta foi a contribuição de Gardener.
Há também as contribuições de Ausubel para uma aprendizagem significativa a partir da utilização de associações e contextualizações, de forma que o aluno aprenda a partir de situações que o mesmo pode comparar e associar de acordo com seus conhecimentos prévios, podendo então conhecer fazer, viver e essencialmente ser.
domingo, 19 de abril de 2009
DEBATES SOBRE TEMAS CONTEMPORÂNEOS
Dia 15 de maio de 2009, 19h
ECONOMIA BRASILEIRA E GLOBAL, A CRISE E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Convidado: Jornalista Vinícius Torres Freire - Colunista do Jornal Folha de S. Paulo
Dia 2 de junho de 2009, 19hO
CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO
Convidado: Jornalista Eduardo Barella - Editor de Internacional do Jornal O Estado de S. Paulo
Dia 14 de agosto de 2009, 19hA
POLÍTICA BRASILEIRA
Convidado: Jornalista Eliane Cantanhêde - Colunista do Jornal Folha de S. Paulo
Dia 22 de outubro de 2009, 19h
NOVO CENÁRIO POLÍTICO DA AMÉRICA LATINA
Convidado: Demétrio Magnoli - Jornalista especializado em relações internacionais e escritor
Fonte: http://www.lo.unisal.br/sistemas/debates/index1.asp
sábado, 18 de abril de 2009
"Quem quer ser um milionário?"
Revista eletrônica Educação em Debate
Já está no ar o portal Educação em Debate, a versão eletrônica de nossa revista. É a semi-conclusão do nosso trabalho em busca de um espaço para o debate sobre educação.
Para quem entrar no portal, poderá conferir o excelente trabalho de montagem visual do Amauri, que há experimentou diversas diagramações do mesmo, com um ótimo resultado.
Em breve estaremos lançando a revista física. Por enquanto visitem o nosso portal http://www.educacaoemdebate.com
domingo, 12 de abril de 2009
Dica de Leitura - II
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Dica de Leitura
Escrito em 1936, este livro busca fazer uma análise da história econômica nos últimos mil anos, desde a Idade Média e seu feudalismo até a econômica socialista da União Soviética. O interessante desta obra é o fato de Huberman buscar fazer esta análise a partir a ótica marxista. Aliás, muito bem feita.
Apesar da profunda reflexão sobre o surgimento e o desenvolvimento do capitalismo nestes últimos séculos, os capítulos “O Elo mais Fraco” e “Desistirão Eles do Açúcar” são meus preferidos. O primeiro apresenta uma análise sobre os motivos que levaram o capitalismo a primeira grande crise de sua história: a Crise de 29. É interessante notar as semelhanças existentes entre esta crise e a atual em que vivemos, são só no caráter econômico, mas também nos desafios apresentados à classe trabalhadora.
Já o outro capitulo nos apresenta a reação burguesa a crise capitalista, que acabaria levando o mundo à conhecer o fascismo e a Segunda Guerra Mundial. Suas palavras podem nos dar uma lição do que pode ocorrer daqui para frente.
Por isso a leitura desta obra torna-se importante e indico a todos vocês “História da Riqueza do Homem” de Leo Huberman
quarta-feira, 8 de abril de 2009
“As violências que estão na escola”
Depois de tanta reclamação, finalmente chegaram as primeiras edições da revista Nova Escola, que havia assinado há mais de dois meses. Calma! Antes de me enforcarem, deixe me explicar. Sei que ela faz parte do grupo Abril (existe revista mais conservadora direitista que a Veja?), mas estava sentindo falta de uma leitura mais voltada para a educação aqui onde moro. Quando a Caros Amigos lançar sua revista de educação, eu garanto que troco a minha assinatura, ok?
Na edição de nº 221 pude contemplar um artigo do professor Fernando José de Almeida, docente da PUC-SP, vice-presidente da TV Cultura e ex-diretor de escola pública. Com o mesmo título desta postagem, o autor procura falar um pouco sobre os motivos que levam as escolas brasileiras a sofrerem diversas formas de violência. Ele aponta como elemento fundamental para a existência ou não das “violências” na escola o papel do gestor escolar. De certa forma apoio o que ele apresenta, pois o diretor é a alma que administra pedagogicamente a escola. Mas não gostaria de parar por aí.
Os fenômenos sociais que ocorrem dentro dos limites da instituição, na verdade, são reflexos dos fenômenos existentes em toda a nossa sociedade. A existência de violência (aqui digo violência verbal, física, depredatória, etc.) dentro da escola nada mais é que a continuidade da violência que nossos alunos sofrem e convivem fora dos muros escolares. Isto é, conseqüências de situações problemáticas externas.
Mas isso é normal? Se a escola é apenas o reflexo da sociedade, então não há soluções? Bom, no meu ponto de vista a escola não é uma praça, não é apenas um lugar qualquer. Na verdade a escola, enquanto instituição de ensino, tem a responsabilidade de ser um pólo que reconstrua essa realidade, e não perpetuá-la. Por isso é tarefa do Estado, de suas políticas públicas (apesar de não haver esse interesse por parte do sistema), do diretor escolar, dos professores, alunos e pais, buscarem essa reconstrução, através do envolvimento de todos e o compromisso com a educação.
Infelizmente na maioria de nossas cabeças há a idéia antiquada de educação e ensino. Ainda praticamos conceitos educacionais totalmente desconexos da atual realidade brasileira. Por causa disso, apesar de nossos esforços, nos vemos em meio a fracassos que levam a realidade da crise da educação (não só na pública quanto na particular também).
Novamente volto a bater nesta tecla. Precisamos repensar, a nível nacional, a escola. Precisamos debater qual escola queremos construir, sob quais objetivos, os conceitos, os métodos, a participação e os por quês. E precisamos expandir esse debate a todos os níveis envolvidos direta e indiretamente com a educação, desde os acadêmicos das grandes universidades até os pais que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos.
Que tal começarmos a fazer isso?
Manifesto em defesa da valorização dos profissionais da educação
Diante da tentativa dos governadores de impedir a implantação da Lei nº 11.738/08 - que institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica -, conclamamos a comunidade educacional e a sociedade brasileira a promover um amplo movimento em defesa da educação e de seus profissionais.
Ao decidir impetrar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI contra a Lei, antes mesmo de sua concretização, os governadores:
- negam aos estudantes, especialmente aos oriundos das classes populares, o direito à educação de qualidade para o qual concorre o profissionalismo dos educadores;
- invertem as prioridades das políticas públicas e as responsabilidades do Estado em promovê-las;
- caminham na contramão do percurso civilizatório baseado no acesso igualitário aos bens materiais e culturais produzidos pela humanidade.
O Brasil ainda tem dívidas educacionais incompatíveis com um projeto de desenvolvimento socialmente justo, inclusivo e baseado em uma soberania solidária. O analfabetismo, o baixo percentual de oferta de educação infantil, média e profissional, a insuficiência e a desproporção de vagas nas universidades públicas são apenas alguns exemplos dos desafios deste período histórico.
Para superar este descompasso, o país precisa ampliar o financiamento, aprofundar a gestão democrática e valorizar os profissionais da educação, promovendo sua formação, instituindo carreiras e permitindo sua dedicação exclusiva à educação, por meio de salários dignos.
Se os estados e os municípios brasileiros não puderem honrar o um compromisso tão modesto com esta geração de estudantes, precisam, urgentemente, repensar o papel do Estado e dos governos para com a sociedade.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública
Greve para valer o piso
Professores querem que a Lei do Piso seja respeitada por estados e municípios
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e os sindicatos afiliados decidiram, hoje (3), a data e a duração para a greve nacional dos professores da educação básica da rede pública : no dia 24 de abril, os profissionais cruzam os braços por 24 horas. O objetivo é fazer com que a lei 11.738, que institui o piso salarial nacional do magistério, seja implementada nos estados e municípios conforme o texto aprovado no Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Lula, em 2008.
Frases...
Professor Fernando José de Almeida
Plano Decenal de Educação
Em várias cidades de Minas estão ocorrendo encontros entre educadores para se discutir o PDE. Infelizmente em Caxambu e região não se abriu este diálogo. Outra infelicidade que constato é que muitas escolas e prefeituras estão encarando o PDE como algo burocrático, um calhamaço que será perdido em alguma gaveta. Conversas que ouço como “rápido, temos que escrever logo isso” ou “neste final de semana escreverei este troço” me faz concluir isso.
Gente! O PDE é um projeto sério. Ele deve ser construído a partir de um longo debate entre os professores, profissionais da educação e comunidade acerca dos futuros objetivos da escola. Não pode em hipótese nenhuma ser apenas um papel digitado pela direção da escola, pelo coordenador ou pelo secretário de educação. Ele deve ser um projeto vivo nascido da participação de todos. Então vamos prestar mais atenção nisso.